A tramazeira-da-madeira (Sorbus maderensis), continua a correr elevado risco de extinção no seu meio natural.
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A tramazeira-da-madeira, uma história movimentada
É discutível que as causas da raridade deste arbusto sejam devidas à acção do homem ou às condições ecológicas próprias a esta espécie de Sorbus. Facto ainda por estudar e divulgar. Sabemos que quando esta planta fora descoberta por Lowe, já era raríssima no seu meio natural. Actualmente ainda é mais rara ao ponto de se encontrar em estado crítico. Expressão que em língua comum significa, quase extinta. Para que tal não suceda, acções de conservação são urgentemente necessárias. Tais como a recuperação e programas de reintrodução. Controle das ameaças como a predação por ratos, e sensibilizar também a opinião pública.
primeiro: é descoberta por Richard Thomas Lowe
Quando a partir de 1832, o britânico Richard Thomas Lowe, percorreu a Ilha à procura de novas espécies e descobriu nas maiores altitudes a tramazeira-da-madeira (Sorbus maderensis), que descreveu, já esta espécie, desconhecida pelos locais, era rara. Em 1857 publicou o primeiro volume de “A manual flora of Madeira”. A sorveira-da-madeira chegou até nós quase extinta no seu meio natural.
segundo: Rui Vieira, o visionário que preserva
A partir de 1999 a tramazeira-da-madeira ficou protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia, nomeadamente pelo Anexo II e IV da Directiva Habitats. No entanto, só em 2005 é que foram tomadas medidas de protecção deste arbusto endémico, cujo número declinava assustadoramente na sua área natural. Até então, o gado caprino e ovino que por lá pastoreava livremente, impedia esta e outras espécies de se desenvolverem. O gado foi retirado e começaram a aparecer novas plântulas de sorveira. Pensou-se então que este endemismo madeirense estava salvo da extinção. Mas os fogos também alastraram no topo da ilha, destruindo boa parte dos cerca de 100 pés existentes, colocando a espécie em grande perigo de extinção. Sendo o mais castastrófico o de Agosto de 2010 que destruiu grandemente o trabalho de reflorestação com espécies endémicas, levado a cabo na Ilha.
Felizmente, muito antes, Rui Vieira, primeiro director do Jardim Botânico da Madeira, situado no Funchal, enviara sementes da sorveira-da-madeira para outros países, sendo um deles a Finlândia, com o objectivo de estudo e de conservação da espécie. Actualmente o Jardim Botânico da Madeira possui um “banco de sementes” para preservação das espécies endémicas, estando em contacto com um grande número de jardins botânicos pelo mundo fora. Sendo assim, devem existir exemplares da Sorbus maderensis noutros países como Inglaterra ou França e demais países. Desconhecemos se existem algumas no continente.
terceiro: a salvaguarda da Universidade de Oulu e a da Fundação Martha Gertrud Schön
Concretamente, dois exemplares foram enviados para a Universidade da cidade de Oulu, na Finlândia para estudo da espécie. As consequências dos incêndios de 2010 levaram a universidade conjuntamente com a Fundação Martha Gertrud Schön (que perdeu o seu magnifico orquidário de mais de 43 mil orquídeas, provenientes de todo o planeta, nos incêndios de Agosto de 2016, sem reacção dos oficiais!) a criar o programa “SOS Madeira” com o objectivo de propagar a tramazeira-da-madeira no seu meio natural. A partir destes dois exemplares finlandeses, que cresceram, atingiram a maturidade e dos quais se obtiveram 50 plantas que foram enviadas graciosamente para Funchal em 2014. As plântulas foram plantadas nas acções de reflorestação da área afectada pelos fogos de 2010, nos perímetros florestais do Poiso e Santana» (a norte da ilha da Madeira).
Os finlandeses ao estudarem a sorveira-da-madeira, constataram que esta possui 60% do ADN em comum com a Sorbus aucuparia – tramazeira.
No ano seguinte, em 2015 “SOS Madeira-Sorbus maderensis”, entregou mais 700 plantas que foram também plantadas, no seu meio natural.
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A tramazeira-da-madeira, é uma das raras plantas de folha caduca da Ilha
A tramazeira-da-madeira é uma das raras plantas de folha caduca existente na Laurissilva. Esta tem por característica de ser essencialmente constituida por plantas de folha perene. A restante componente da flora endémica madeirense também de folha caduca são a roseira-brava (Rosa mandonii), e o sabugueiro-da-madeira (Sambucus lanceolata).