Crataegus monogyna – Pilriteiro

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Pilriteiro, Espinheiro-Branco, Escalheiro

PILRITEIRO

Os pilriteiros são grandes arbustos ou pequenas árvores muito resistentes e rústicas. Crescem de preferência sob a luminosidade intensa ou sob sombra parcial. Possuem grande adaptação a qualquer tipo de substrato: pobre, pedregoso ou argiloso.
O pilriteiro ou espinheiro-branco, tem uma abundante floração branca ou rósea, muito perfumada, no princípio da Primavera, que é um deleite para as abelhas e outros polinizadores. Quanto aos seus pequenos frutos vermelhos, os pilritos, estes servem de alimento a pássaros e pequenos mamíferos. Os ramos espinhosos emaranhados fornecem também refúgio para toda a vida selvagem.

 

Família: ROSACEAE

Nome científico: Crataegus monogyna Jacq.

Publicação: 1775

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: pilriteiro, escalheiro, espinha-branca, branca-espinha, escambrulheiro, cambrulheiro, combroeiro, cambroeira, espinheiro-alvar, espinheiro-branco, espinheiro-ordinário, abronceiro, estrapoeiro, estrepeiro.

 

Hábito: arbusto ou pequena árvore caducifólia, geralmente de 3-4 m de altura, raramente de 8-10 m. Tronco simples ou muito ramificado desde a base, de casca castanha e fendida, forma copa arredondada a variável. Os ramos esverdeados e raminhos do ano avermelhados, são providos de espinhos axilares longos, até 1,5 cm de comprimento.

 

Folhas: simples, alternas, com pecíolo de 1 a 2 cm de comprimento, acunheado-obovadas, de 1,5 – 4,5 cm, 1 vez e meia mais comprida que larga; fendidas com 3 a 7 lóbulos profundos, de margem serrada e desiguais, algo subcoriáceas; página superior do limbo, verde-escura e lustrosa, a inferior é baça e glauca e escassamente pilosa com tufos de pêlos brancos nas axilas das nervuras.

Flores: abundante floração de Março a Maio, constituída por corimbos terminais compactos de 10 a 20 flores hermafroditas. Flores de 8 a 15 mm de diâmetro, regulares, com 5 pétalas obovadas livres, brancas ou branco-rosadas, aromáticas; o cálice é constituído por 5 sépalas triangulares, persistentes, reflexas, menores que as pétalas. O androceu tem 5 a 25 estames com anteras rosadas; o gineceu é constituído por apenas um único estilete, branco-esverdeado.

Frutos: o fruto é um pomo carnudo, globoso a ovóide com 4 a 8 mm de diâmetro e 6 a 10 mm de comprimento, coroado por restos de sépalas inclinadas e vermelho escuro brilhante quando maduro, com um único caroço. Frutificação de Agosto a Outubro. Os frutos permanecem na árvore depois da queda das folhas, são muito apreciados pelos pássaros que disseminam a espécie. Frutifica a partir de 5-6 anos.

Gomos: pequenos, globosos, brancos-amarelados.

Ritidoma: o ritidoma primeiro liso e acinzentado, torna-se progressivamente castanho e gretado. Os ramos são vermelho-púrpura ou pardo-avermelhado, com espinhos axilares aguçados de 2 a 4 cm.

 

 

Habitat: árvore rústica de plena luz que suporta a meia-sombra também. Aprecia climas suaves, tanto mediterrânico como atlântico, com boa adaptação ao vento e ao frio, até 18 °C negativos. Vegeta até altitudes de 1500 m na área natural. Prospera em diversos tipos de solo, é indiferente à natureza e ao pH do substrato, preferindo-os soltos e frescos; possui enraizamento profundo e oblíquo. Geralmente integra as clareiras e orlas de bosques decíduos ou mistos, incluindo galerias ripícolas, podendo também surgir espontaneamente em matas, matagais, sebes, escarpas e em silvados, em colinas pedregosas e nas bermas dos caminhos. Suporta a poluição atmosférica.

Propagação: por semente, preferencialmente colhidas verdes e plantadas imediatamente, por estaca e rebenta pela touça. Tem crescimento médio, com uma longevidade de 500 anos e mais.

 

Distribuição geográfica: Grande amplitude geográfica: Oeste e Centro da Europa até ao Sul da Escandinávia, Cáucaso, Ásia Menor: Anatólia, Próximo Oriente e Norte Oeste de África. Introduzida na ilha da Madeira e em algumas regiões da América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Em Portugal: espécie endémica, abundante um pouco por todo o território continental, até 1600 m de altitude, sendo mais raro no Sudeste do País. 


 

A madeira do pilriteiro

A madeira do pilriteiro é homogénea, dura, com uma densidade de 0,765 a 0,776 kg/dm³, pesada, branca com manchas medulares, por vezes levemente tingida de castanho-avermelhado, pode receber um polido muito fino. É considerada como sendo de grande valor em algumas aplicações, nomeadamente no fabrico de peças mecânicas, pois como a madeira da sorveira (Sorbus domestica), possui alta resistência à fricção em peças de carpintaria e de tornearia.

Utilização dos pilritos

Os frutos do pilriteiro, designados por pilritos, são comestíveis, mas insípidos quando ingeridos crus, têm múltiplas utilizações depois de cozinhados, em geleias, doces e compotas. Em certos países são usados na preparação de bebidas alcoólicas e em vinagre. No passado também foram utilizados na produção de farinha para fabrico de pão. No entanto, os caroços não devem ser aproveitados uma vez que são tóxicos. Em assentamentos pré-históricos foram encontradas sementes de pilrito. Suspeita-se que faziam parte da alimentação humana.

 

 

 

O Pilriteiro, Arbusto Ornamental

Embora o pilriteiro seja uma planta silvestre, é possível utilizá-la como planta decorativa. Primeiro pela beleza e exuberância da sua floração primaveril perfumada, depois a partir de finais de Agostos, apresenta inúmeros pilritos vermelhos, muito decorativos. Por fim, o pilriteiro é uma planta melífera muito apreciada pelas abelhas e outros insectos polinizadores.

Pode também utilizar esta pequena árvore para constituir sebes espinhosas e preservar ecossistemas, onde naturalmente dá abrigo e alimento a numerosos pequenos animais: insectos, aves e pequenos mamíferos.

 

 

 

 

 

 

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