Sorbus aria – Mostajeiro-branco

Inflorescência de rododendro, loendro, adelfeira
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Sorbus latifolia – Mostajeiro-de-folhas-largas
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Mostajeiro-branco - Sorveira-branca - Botoeiro

 

Família: ROSACEAE

Nome científico: Sorbus aria, (L.) Crantz.

Publicação: 1763

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: mostajeiro-branco, sorveira-branca, botoeiro,

Hábito: árvore caducifólia, com um porte até 25 m de altura, mas frequentemente tem porte arbustivo de 3 a 10 m; apresenta copa piramidal se isolada, frondosa oval a globosa no meio florestal; tem um tronco direito com ritidoma liso e cinzento, torna-se depois gretado, com placas longitudinais pardo-cinzento; ramos rígidos e ascendentes; galhos e raminhos tomentosos, com abundantes lenticelas, ficam depois lisos, brilhantes e acastanhados.

 

Folhas: caducas, simples, alternas, de ovado a ovado-elípticas com 5-12 cm de comprimento por 5-9 cm de largura, base cunheada, duplamente dentadas, pecíolo tomentoso com cerca de 1/5 do comprimento do limbo; ao desabrochar são tomentosas, depois glabras, verde-escuro  brilhantes na página superior e branco tomentoso na inferior, o que dá à árvore uma aparência prateada cintilante; com 8 a 12 pares de nervuras secundárias proeminentes que formam um ângulo agudo a partir da nervura principal. No outono, antes de caírem, ficam amarelas, castanho pálido depois e finalmente cinza pálido, enquanto que a página inferior permanece branca. De notar que as folhas desta espécie possuem uma certa plasticidade polimórfica, tendo algumas delas pequenos lobos.

Flores: abundante floração de Maio a Junho de flores hermafroditas, dispostas em corimbos terminais, de até 8 cm de largura, pouco ramificados; flores de 8 a 10 mm com receptáculo tomentoso, 5 pétalas brancas, livres, até 7 mm, glabras ou quase, sépalas tomentosas na parte externa, ovário com 2-3 carpelos unidos na parte inferior, dois estilos e cerca de vinte estames com anteras de cor creme dispostos em círculos.

Frutos: pequenos pomos de subglobosos a piriformes com até 1 cm de diâmetro; verdes primeiro, depois laranja e por fim, escarlate com 8-15 mm de comprimento; salpicados de lentículas alaranjadas, coroados pelo cálice; contendo cada fruto 1 ou 2 sementes. Frutificação de Setembro a Outubro. Os frutos permanecem na árvore depois da queda das folhas; comestíveis, mas insípidos, são muito apreciados pelos pássaros que disseminam a espécie.

Frutifica a partir de ±15 anos

Gomos: cónicos até 2 cm, verdes e sem viscosidade, com 5 a 9 escamas ciliadas e glabrescentes.

Ritidoma: primeiro liso e cinzento com lenticelas, ao maturar aparecem pequenas fissuras superficiais longitudinais

 

Habitat: árvore rústica de plena luz que aprecia climas secos com mais de 500 mm de chuva. Prospera de preferência em solos pobres, calcários secos, terrenos cascalhentos, pedregosos; aceita também substratos siliciosos, mas evita os solos húmidos ou muito compactos; possui enraizamento profundo. Espécie soalheira que se desenvolve bem nas clareiras e orlas de bosques decíduos, onde encontra plena exposição à luz solar. Nas florestas encontra-se disseminada entre carvalhos, pinheiros e restante cortejo de espécies silvestres.

Ocorre até altitudes de 1700 m, podendo vegetar até ao limite da floresta alpina, com boa adaptação ao frio, suporta os 15°C negativos.

Propagação: por semente, por estaca e rebenta pela touça. Tem crescimento lento, com uma longevidade média de cerca de 200 anos.

 

Distribuição geográfica: todo o continente europeu, excepto o extremo norte, Ásia Menor, África do Norte e ilhas Tenerife e La Palma. Árvore que na Europa meridional existe sobretudo nas montanhas, enquanto que no resto do continente, encontra-se também em florestas de planície, declives soalheiros e áreas rochosas.

Em Portugal: árvore rara entre nós, é espontânea nas montanhas do centro e do norte.


 

Usos: outrora os frutos também foram utilizados no consumo humano, em anos de escassez alimentar. Os pomos da sorveira-branca depois de secos eram moídos e misturados com farinha para cozer pão. Actualmente os seus frutos ainda são usados em certas receitas regionais típicas, para compotas e geleias.

Madeira de excelente qualidade, claro-rosado, dura e densa de 0,73 a 0,94, homogénea, torna-se interessante para o trabalho de marcenaria, assim como para fabrico de peças sujeitas a fricção.

 

O mostajeiro-branco, árvore florestal e ornamental

O mostajeiro-branco, devido às características das suas folhas resiste à poluição urbana. A beleza das suas flores levemente perfumadas, dos seus pomos vermelhos e da coloração outonal das folhas tem levado urbanistas a plantá-los como árvore ornamental em muitas cidades europeias. Os particulares também podem usufruir do belo efeito deste mostajeiro em jardins privados, no meio de um relvado ou em sebes.

Como árvore florestal, encontra-se dispersa entre quercíneas, pinheiros e outras árvores silvestres. Nunca forma povoamentos puros. Possui características ecológicas que deveriam levar os “humanos” a facilitar a sua reimplantação nas terras que já ocupou, ou que têm condições para o seu bom desenvolvimento. Um outro argumento que deve levar à sua reintrodução é que se trata de uma árvore melífera. Os insectos polinizadores apreciarão, entre eles as abelhas, que vêem as suas populações decrescer perigosamente.
Ao arborizar, substituindo eucaliptos e pinheiros ardidos nos últimos fogos, pense também em plantar este magnifico mostajeiro-branco, o futuro agradece.

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Os frutos do mostajeiro-branco são comestíveis, mas insípidos e farinhentos. Podem com eles, depois das primeiras geadas, fazer compotas e se fermentados e destilados fabrica-se uma excelente aguardente em alguns países.

 

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