JASMINEIRO-AMARELO : ABREVIADO
O jasmineiro-amarelo é um atractivo arbusto de flores amarelas, delicadamente perfumadas. Nativo da Madeira e das ilhas Canárias onde tem por nome jazmín silvestre, cresce de forma ramificada, mas pode também ser conduzido em trepadeira. A sua floração amarela intensa, dura quase todo o ano, espalhando ao redor um subtil aroma. Aliás, não é por acaso que em francês tem o nome de jasmineiro-narciso. A cor e principalmente o perfume, faz lembrar esta flor primaveril.
DESCRIÇÃO
Hábito: subarbusto de porte frondoso de folhas perenes que atinge 1,5 m de altura, ou até 3 m. Os ramos são verdes, rígidos e erectos. Cresce de forma ramificada.
Folhas persistentes, alternas, francamente pecioladas, compostas, geralmente trifoliadas. (1) 3 (raramente 5); folíolos coriáceos, ovados a lanceolados ou elípticos, ápice obtuso ou redondo; de cor verde-escuro, um tanto brilhantes, com a nervura mediana saliente e as secundárias bem aparentes; sendo o folíolo terminal de 1-5 x 1-2,5 cm, maior que os dois laterais 1,5-3 x 0,5-1,5 cm.
A inflorescência é constituída por 1 a 6 flores amarelas, reunidas numa cimeira terminal densamente ramificada de 2-10 x 1-10 cm. Flores hermafroditas até 1,5 cm de diâmetro, com um cálice tubular de 2-3 mm incluindo os dentes triangulares; corola 10-15 mm de diagonal; tubo de 10-14 mm; lóbulos largamente ovados; 2 estames e 2 carpelos, com as anteras visíveis à entrada do tubo. A floração muito aromática, que no meio natural ocorre de Fevereiro a Junho, pode ser observada por assim dizer todo o ano em jardins.
Frutos elipsóides de 8-15 x 7-10 mm cm; verdes primeiro, tornam-se negros e brilhantes com um envoltório translúcido quando maduros. Os frutos venenosos para os humanos, permanecem na planta durante o Outono e parte do Inverno, que as aves ao ingerir, acabam por dispersar. Cada baga contem 2 sementes pardas, quase tão largas como o fruto, estreitamente elípticas, convexas num lado e achatadas no outro.
Possui ritidoma liso e pardo-amarelado; ramos delgados, quadrangulares e nervurados.
ECOLOGIA
É uma espécie endémica da Madeira e das Canárias que pontua no zambujal ou em comunidades de substituição da Laurissilva do barbusano. É relativamente frequente nas encostas rochosas e ravinas da zona baixa e média das ilhas. Aceita substratos com pH ácido, neutro ou alcalino, sempre bem drenados e algo húmidos. Possui boa adaptação à seca, desenvolve-se em estações quentes, solarengas ou de meia-sombra, mas sem resistência a temperaturas negativas. De crescimento brando, ocorre sobretudo de 50 até 500 m de altitude, podendo chegar aos 1000 metros de altitude nas ilhas Canárias.
Longevidade desconhecida.
Propaga-se por semente e estaca.
DISTRIBUIÇÃO
Trata-se de um endemismo canário-madeirense, relativamente abundante e presente nos dois arquipélagos, excepto na ilha de Lanzarote.
No arquipélago da Madeira, encontra-se em penhascos e ravinas desde S. Vicente e Serra d’Água até à Portela e Caniço. No subarquipélago das Desertas, forma uma grande mancha no ilhéu Chão.
USOS
Esta espécie de jasmineiro possui um enorme potencial ornamental. É fácil de cultivar, pois aceita todo o tipo de substrato, resiste à seca e à intensa exposição solar; pode ser podada ou conduzida como trepadeira com os seus ramos flexíveis superiores a 3 metros. Por fim, a sua bela floração quase anual, espalha ao redor o seu subtil aroma.
O delicado perfume do jasmineiro-amarelo, levou a que seja um dos jasmineiros mais apreciados pela indústria da perfumaria.
À semelhança dos outros jasmineiros, a madeira do jasmineiro-amarelo, não tem proveito conhecido para a indústria madeireira. No entanto, o seu sistema radicular é um bom estabilizador de encostas, onde muitas vezes se desenvolve, evitando a erosão do solo.
Resistência à poluição urbana desconhecida
ADICIONAL
O botânico italiano Banfi criou um novo género
Enrico Augusto Banfi, botânico italiano, após ter efectuado investigações filogenéticas sobre o género Jasminum descobriu que as espécies que possuem folhas alternas e flores amarelas constituem um clado (monófilo) separado de todas as outras secções do género ou mesmo do próprio Jasminum. Tal evidência estabeleceu a necessidade de revisar a delimitação genérica de Jasminum, criando um género separado para as espécies com as características mencionadas. Como consequência, o novo género Chrysojasminum foi estabelecido.
Desta forma, segundo Banfi, Jasminum odoratissimum, passaria a charmar-se Chrysojasminum odoratissimum (L.) Banfi, 2014 – Jasminum humile a Chrysojasminum humile (L.) Banfi, 2014 e Jasminum fruticans a Chrysojasminum fruticans (L.) Banfi, 2014.
São três exemplos que damos, porém, guardamos a nomenclatura em vigor, Jasminum e não Chrysojasminum para este género.
Para mais informações, ver NCBI