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Caneleiro, Noveleiro, Escornacabra

CANELEIRO OU NOVELEIRO

DESCRIÇÃO

Hábito: o caneleiro ou noveleiro é um arbusto caducifólio silvestre, com ramificação difusa, de 2 a 3-4 m de altura por 3 m de largura, com caules erectos, abertos, um pouco pendentes.

Folhas, opostas, simples, pecioladas e palmatilobadas, com 3 a 5 lóbulos, opostas, margens grosseiramente serrilhadas e nervuras bem marcadas; página superior verde-claro e glabra, página inferior ligeiramente pubescente. As folhas adquirem uma bela cor purpúrea no Outono.

Flores hermafroditas que surgem agrupadas em inflorescência corimbosas de 4,5 a 10,5 de diâmetro, em Maio-Junho, inodoras; as flores periféricas com corola branca são grandes e estéreis, as flores do centro, pequenas e numerosas, têm corolas branco-esverdeado e são férteis.

Os frutos são drupas carnudas, vermelho-lustrosas quando maduras em Agosto, com cerca de 1 cm de diâmetro, levemente translúcidas, contêm uma única semente; algo tóxicas.

Gemas com pedúnculos de 4 a 6 mm de comprimento, cobertas por dois pares de escamas glabras.

A casca dos ramos é primeiro castanho-esverdeada, levemente estriada, torna-se depois amarelada ou castanho-avermelhada e glabra com lenticelas.

 

ECOLOGIA

Ocorre nas orlas de bosques mistos, ripícolas, em zonas de montanha de 400 a 800 m de altitude, no resto da Europa até 1000 m de altitude. Prefere exposição de pleno sol, aceitando igualmente a sombra parcial. Aprecia solos ricos em húmus, húmidos e moderadamente alcalinos, embora tolere também outros substratos.

 

DISTRIBUIÇÃO

Tem distribuição em quase toda a Europa, excepto a região mediterrânica; oeste e norte da Ásia e África do Norte.

Em Portugal, o caneleiro ocorre espontaneamente apenas na orla de bosques ripícolas das montanhas do Nordeste Transmontano, onde a população não excede os 1000 indivíduos. Como o barrete-de-padre (Euonymus europaeus) e o viburno (Viburnum lantana), o caneleiro encontrou o limite meridional da sua área de distribuição natural, nas terras altas de Trás-os-Montes.

 

USO

Variedade ornamental bola-de-neve, noveleiro, rosa-de-gueldres

A forma ornamental do caneleiro, muito utilizada nos jardins, é a chamada “bola-de-neve” (Viburnum opulus var. roseum). Trata-se de uma variedade com inflorescências globosas brancas ou rosadas; todas as flores são estéreis e semelhantes às flores periféricas da variedade silvestre.
A variedade “roseum” é exclusivamente cultivada por multiplicação vegetativa, pois como já visto as flores desta variedade são estéreis. Os outros nomes atribuídos à variedade “roseum”, cultivada desde o séc. XVI, mas cuja origem é desconhecida, são noveleiro e rosa-de-gueldres; este último nome pode supostamente indicar a origem da variedade “roseum” na província de Gerlderland (Guéldria em português), nos Países Baixos.

 

Família: ADOXACEAE

Nome científico: Viburnum opulus L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: caneleiro, noveleiro, escornacabra, crava cornos

 

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