O Jardim
28 Julho 2018Árvores
28 Julho 2018
Floresta
Entre o terror e a noite caminhei
Não em redor das coisas mas subindo
Através do calor de suas veias
Não em redor das coisas mas morrendo
Transfigurada em tudo quanto amei.
Entre o luar e a sombra caminhei:
Era ali a minha alma, cada flor
cega, secreta e doce como estrelas
Quando a tocava nela me tornei.
E as árvores abriram os seus ramos
Os seus ramos enormes e convexos
E nos estranho brilhar de seus reflexos
Oscilavam sinais, quebrados ecos
Que no silêncio fantástico beijei
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
in “Dia do Mar“, 1947
——∼∼≈∼∼——
Se pretende partilhar um comentário, colocar uma pergunta, acrescentar uma informação, ou observações, informamos que é possível fazê-lo sem que tenha de se registar neste sítio. Basta digitar a sua mensagem no espaço “iniciar uma conversa“, depois clique no botão enviar e escolha, “Prefiro publicar como convidado”.